sexta-feira, 7 de maio de 2010

Internacional bateu o Banfield por 2 a 0 e garantiu vaga nas quartas de final da Libertadores



Poucas vezes em sua vida Jorge Fossati deve ter sentido tanta falta de um cigarro como nessa quinta-feira, quando o Internacional bateu o Banfield por 2 a 0 e garantiu vaga nas quartas de final da Libertadores. Mas o treinador uruguaio não fuma mais em público desde que suas tragadas após os treinos renderam polêmica. Agora ele tem de achar outros métodos para espantar o nervosismo.
Não que o uruguaio não tente manter a calma. Tão logo o Inter despontou do vestiário e entrou em campo, ele caminhou decidido até o banco de reservas, onde permaneceu. Por exatos três minutos. Porque antes mesmo de o árbitro iniciar o jogo, ele já estava lá, parado no limite de sua área técnica, com os braços cruzados.
Os braços cruzados de Fossati dão a impressão de que ele está amarrado por uma camisa de força. A sua real vontade deve ser esmurrar o ar, ajudar os gandulas a reporem a bola com velocidade. Isso fica comprovado por seus olhos sempre tensos, fixos no campo. Quando o placar ainda estava intacto e D'Alessandro acertou o travessão, ele não se conteve. Em um pulo, estava dentro do campo, assombrado, com as mãos na cabeça.
Nos poucos momentos em que se concedia alguma distração, o uruguaio voltava-se ao banco de reservas e conversava com sua equipe. Em determinado momento, dobrou os joelhos como se para ficar mais próximo da bola e fez um movimento largo com o braço, incentivando o lateral direito Nei a usar o flanco do campo para apoiar.
Jorge Fossati é um homem fechado, e é dessa forma que sofre. Não gosta de ver o Inter ser atacado. Quando o Banfield escapava pelas laterais, com a defesa colorada desarrumada, virava de costas para o campo, caminhava lentamente olhando para os reservas. Gestos bem diferentes dos punhos cerrados e firmes voltados a D'Alessandro, com postura semelhante à de um boxeador, na hora do primeiro gol do Inter.
No segundo gol, o da classificação, fez o sinal da cruz e ergueu os braços aos céus, os joelhos em forma de arco, mas rapidamente se recompôs. Pediu que o time parasse de comemorar e voltasse para marcar, uma mão batendo na outra como uma faca. O passar dos minutos e a tensão crescente fizeram com que Fossati deixasse seu pudor de lado. O uruguaio começou a agitar-se, ficava desolado quando o juiz apontava faltas para o Banfield.
Quando finalmente o jogo terminou, Fossati beijou os santos que carrega pendurados no punho e abraçou sua comissão técnica. Com os braços sobre a cabeça, atreveu-se a comandar a festa da torcida. Cavalheiro, cumprimentou o técnico adversário. Mas ninguém pode imaginar o que se passava com ele quando por alguns instantes ficou vagando pelo campo, antes de ser ovacionado pelos colorados na descida para os vestiários.
O Inter enfrenta agora o Estudiantes da Argentina na próxima fase.
13/05 - 21h15 - Porto Alegre - Beira Rio - Internacional x Estudiantes.
20/05 - 19h45 - La Plata - Tierra de Campeones - Estudiantes x Internacional.

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